Cristóbal Balenciaga Eizaguirre, nasceu em Getaria (região Basca de Espanha), 21 de janeiro de 1895. Começou o ofício ao lado de sua mãe, Martina Eizaguirre, que trabalhava como costureira para a Marquesa da Casa Torres (conhecida por seu gosto requintado e uma vasta coleção de vestidos vindos das melhores casas de moda de Paris e Londres) e outras famílias bem sucedidas da região, o jovem Cristóbal teve contanto ainda cedo com estilo de vida refinado da elite europeia. Em seguida passa por aprendizado na Casa Gómez e New England, famosos estabelecimentos de costura na época. Começa a trabalhar nos Grandes Almacenes Au Louvre em San Sebastián (Espanha) e em apenas dois anos é nomeado chefe de costura. Também trabalhou em Bordeaux (França), para a loja de amigos alfaiates.
Em 1917, abre sua própria casa em San Sebastián, na rua Vergara, nº 2, sob o nome de C. Balenciaga. Em 1918, forma parceria com as irmãs Benita e Daniela Lizaso, sob o nome Balenciaga y Compañía por um período de seis anos permanecendo no mesmo endereço. Em 1924, depois de sua dissolução, Balenciaga define-se por conta própria na Avenida de la Libertad, nº 2, sob o nome de Cristóbal Balenciaga. A rainha Maria Cristina e Infanta Isabel Alfonsa tornam-se suas clientes, bem como, outras senhoras da família real espanhola. Em 1927, funda Eisa Costura, dedicado à costura tradicional de qualidade.

Com a eclosão da Guerra Civil Espanhola em 1936, Balenciaga deixa o país e se estabelece em Paris, suspendendo as atividades regulares das casas em San Sebastián, Madrid e Barcelona. Em julho, cria a BALENCIAGA, em parceria com Nicolás Bizcarrondo e d'Wladzio Attainville. No dia 5 de Agosto, apresenta sua primeira coleção de alta costura com grande êxito, na Avenida George V, nº 10, em Paris. Seus antigos estabelecimentos passam a adotar o novo nome respectivamente com o final da guerra civil.

No final da Segunda Guerra Mundial (1945), Balenciaga fez parte do "Théâtre de la Mode", uma exposição itinerante de bonecas do tamanho de manequins, vestidos de alta costura pelos melhores designers de Paris. A exposição viaja pela Europa e América em um esforço conjunto que visa afirmar o papel de Paris como o centro internacional da moda.


- 1959. Ternos apresentam casacos curtos e cinturas altas. A linha Império é destaque em roupas de noite.
- 1960. Desenha o vestido de noiva para Fabiola de Mora y Aragón, neta da Marquesa de Casa Torres e futura rainha da Bélgica.
- 1963. Apresenta uma gama de "casual wear" elegante e surpreende o público com o lançamento da primeira linha de botas de Alta Costura, desenhadas por Mancini. Apresenta cada vez mais formas puras e mais abstrata. Jornalistas e clientes aplaudiram a coleção por sua excelência e originalidade.
- 1968. Desenha modelos de uniformes para as aeromoças da Air France. Apresenta sua última coleção na Primavera e anuncia aposentadoria e fechando as casas em Paris, Madrid, Barcelona e San Sebastián. Balenciaga deixa a Alta Costura após cinquenta anos de dedicação ao seu ofício.
- 1972. Desenhou o vestido de noiva para María del Carmen Martínez-Bordiú, neta de Francisco Franco e futura Duquesa de Cádiz. Morreu em Jávea (Alicante/Espanha), em 24 de Março e é enterrado no pequeno cemitério em sua cidade natal de Getaria.

Para Diana Vreeland, a inspiração de Cristobal vinha de dançarinas de flamenco, touradas, roupas de pescadores, dos mosteiros... “Balenciaga: Mestre Espanhol” levou em consideração as influências de grandes artistas espanhóis, desde Zurbarán e Goya até Picasso, Sorolla e Miró, e também a religião espanhola, sua história com a realeza, trajes regionais, danças típicas e o poder e esplendor das touradas.
A exposição foi concebida por Oscar de La Renta, que trabalhou lado a lado com o time da exposição para desenvolvê-la e realizá-la com sucesso. O curador é Hamish Bowles, editor da Vogue Europa e também curador da exposição “Jacqueline Kennedy: The White House Years”.
Cristóbal Balenciaga é um dos grandes responsáveis pela influência espanhola na moda. Com a curadoria de Miren Arzalluz, a Balenciaga Foundation é uma dica valiosa para os amantes e estudiosos da moda. O instituto consegue traçar com maestria, características históricas e sociais de um dos maiores mestres de alta costura do século que previsivelmente, mudou o cenário da moda francesa com o grande sucesso de sua primeira coleção feita em Paris.
Os loucos anos vinte rugiram novamente, Podemos observar na temporada da semana da moda, Primavera/Verão - 2012, formas que vão de "Dries" para "Raf riffed", em clássicos de Balenciaga de 1950, repletos de volume, linhas arredondadas, ousadia e irreverência. Falando em forma, a barriga exposta tornou-se nova zona erógena da moda. A obra de Cristobal Balenciaga apenas continua a dar, e não apenas para Nicolas Ghesquière. As formas dos "Fifties" dominaram o cenário de Paris, com Dries Van Noten, mostrando silhuetas esculturais e Phoebe Philo - Celine, acrescentando "peplums" ou "bascos", como ela particularmente os nomeou . Em Milão, Raf Simons apresentou sua última coleção de Alta Costura em sua trilogia para Jil Sander.
Marlene Dietrich foi uma de suas clientes mais habituais, disse que Balenciaga conhecia tão bem suas medidas que nunca foi preciso fazer prova e nem um ajuste em suas peças. Também vestiu Greta Garbo, Rainha Fabiola de Bélgica, Grace Kelly, Duquesa de Cádiz, Duquesa de Westminster, Teresa Berganza e fez até calças para o ator Yul Brinner.
Mona von Bismarck, era uma socialite americana e ícone da moda. Foi nomeada para o Hall da Fama como a mulher mais bem vestida internacionalmente em 1958. A maior compradora de alta-costura de todos os tempos, usava Balenciaga até para regar as plantas. Quando Cristobal Balenciaga fechou seu atelier em 1968, Diana Vreeland, brincou que Mona não deixou seu quarto na casa de campo em Capri durante três dias.
"Ele é o único de nós que é um verdadeiro costureiro" - Coco Chanel
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